O IV
SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE PATRIMÔNIO E PRÁTICAS CULTURAIS: perspectivas
transdisciplinares da patrimonialização e dos saberes-fazeres, constitui-se em
um espaço de aprofundamento de estudos e de valorização da cultura popular, que
integram o semiárido brasileiro, em diálogo com outras reigões, e atribuem a
sua identidade territorial. Em decorrência da Pandêmia do Sars-CoV-2, o evento
desse ano será realizado por meio de plataformas virtuais, como o Canal do
LEMCAE no youtube e outros meios virtuais.
O Simpósio
tem a sua origem orientada para colaboração da sua salvaguarda, sobretudo dos
festejos populares da região, e outros bens que integram a cultura imaterial e
material, representada pelos lugares da memória, tais como os centros
históricos nas áreas urbanas dos municípios e da zona rural. O evento,
inciciado no ano de 2017, deriva do reconhecimento da Festa do Pau da Bandeia
de Barbalha, pelo IPHAN, e da necessidade de elaboração de políticas de
salvaguarda e tombamentos dos bens culturais do região do Cariri, situada à sul
do Estado do Ceará.
Trata-se
de uma atividade acadêmica e popular construído no campo da
interinstitucionalidade, cujos realizadores e parceiros são representados por
instituições de atuação históricos, em que suas ações, identificam-se com
preservação do patrimônio cultural do semiárido brasileiro. Entre elas, a
Universidade Regional do Cariri - URCA, a Escola de Saberes de Barbalha - ESBA,
o Laboratório de Espaço, Memória e Cultura Aplicados à Educaçao - LEMCAE, o
Geopark-Araripe, A Secretaria de Cultura do Estado do Ceará - SECULT, O
Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e o Centro
Pró-memória de Barbalha Josafá Magalhães, que, realizam o simpósio em parceria com a Sociedade Artística e Cultural Engenho Velho, instituição identificada com a salvaguarda da cultura.
A Festa
do Pau da Bandeira de Santo Antônio, as Romarias do padre Cícero em Juazeiro do
Norte, Os irmãos Aniceto, a literatura de cordel, Os Caretas do jardim, a
Exposição do Crato, as xilogravura e muitas outras expressões festeiras,
Artísticas e religiosos, sinalizam a potencialidade histórico-antropológica do
territorial cultural do Cariri cearense. Com o tema central Patrimônio e
Práticas Culturais: Perspectivas transdisciplinares da patrimonialização e dos
saberes-fazeres populares, o evento debaterá aspectos ligados a salvaguarda do
patrimônio, vinculado a políticas públicas nas diferentes escalas de poderes,
bem como a ligação desses bens materiais ou imateriais ligados as manifestações
culturais dos grupos sociais e de seus pertencimentos com os territórios em uma
visão transdisciplinar.
Nesta
projeção, afirmamos que as condições geoambientais do Cariri, diferenciadas de
outras partes do semiárido, bem como a marca nativa do seu povo demarcado pela
cultura popular, se constituem pilares da construção do discurso da
regionalização do Cariri, bem como do entendimento da identidade histórica e
sócio espacial do Semiárido brasileiro.
A iniciativa, busca reunir pesquisadores, mestres e brincantes, com o mesmo
intuito de promoção da cultura do povo sertanejo e a defesa da sua salvaguarda,
bem como colaborar com debates e elaboração de documentos, que possam colaborar
na elaboração de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento regional
sustentável. Um evento de abordagem de temática identificada com estudos do
semiárido brasileiro, incluindo as práticas culturais, ganham corpo e expressão
nos grupos de brincantes espalhados nas áreas rurais do entorno da Chapada do
Araripe e sediados nas áreas urbanas. Entre eles destacam-se as bandas
cabaçais, aboios de vaqueiros, reisados, maneiro-paus, cantadoras de
incelenças, penitentes, capoeiras, dança do pau de fita, e outros.
Trata-se
de saberes secularmente herdado entre gerações, cujos cantos e expressões
corporais dialogam com a abstração do mundo pela experiência de vida, trabalho
e religiosidade, dos lugares habitados pelos mestres e brincantes e cantadores
do sertão. Apreciar e entender o significado afetivo da simbologia dos ritos e
ouvir a melodia dos grupos de brincantes se constitui numa das formas de se
promover a autoestima e o sentimento de pertencimento do povo que faz da vida a
sua própria cultura.
Neste
sentido, o Simpósio se reivindica ser um fator de fortalecimento da salvaguarda
da cultura imaterial e material sertaneja, provendo o diálogo entre a
materialidade do mundo e a subjetividade, a partir da sua abstração, onde
espaço e subjetividade integram a mesma realidade. Onde os espaços vividos são
percebidos como cenários das manifestações dos saberes do povo e se constituem
cenários onde ocorrem as manifestações dos festejos populares.
Por tudo
isso e, muito mais, sejam bem vindos ao IV SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE PATRIMÔNIO
E PRÁTICAS CULTURAIS: Perspectivas transdisciplinares da patrimonialização e
dos saberes-fazeres populares.